Foto: Mário Bittencourt | AGECOM |
Em meio à folia carnavalesca há um espaço especial. Na orla de Ondina, 12 barracas destinadas a vendas de bebidas, lanches e comidas têm um atendimento específico para pessoas com deficiência. Pela primeira vez no circuito, Valdete Lima, deficiente visual, rasgou elogios à iniciativa da Prefeitura, capitaneada pela Secretaria Municipal de Promoção Social, Esporte e Combate a Pobreza (Semps), e agradeceu pela oportunidade de aprendizado e de obter um ganho extra. “Estamos realmente inseridos na festa. Tem foliões que ficam curiosos para saber de onde surgiu esta ideia”, afirmou Lima, que vende cachorro-quente e bebidas.
Com o objetivo de inclusão e participação das pessoas com deficiência no Carnaval para ter um ganho financeiro e ampliar a oportunidade de trabalho, a Semps apoia e acompanha os barraqueiros disponibilizando intérprete de libras nas barracas, monitorando e fiscalizando, além de realizar diariamente abordagem educativa e preventiva. “Durante o ano, realizamos com eles reuniões bimensais para planejar as atividades deste período, além de termos uma parceria com a Secretaria de Ordem Publica (Semop) para realização de cursos de atendimento ao cliente, manipulação e conservação de alimentos”, afirmou Nena Veloso, subcoordenadora da pessoa com deficiência.
De acordo com o secretário Henrique Trindade, antes somente os deficientes físicos podiam instalar suas barracas. "A partir da gestão do prefeito ACM Neto, abrimos espaço para os deficientes visuais e auditivos. Foi um ganho, pois ampliamos as oportunidades de trabalho para um segmento antes relegado a um segundo plano", pontuou.
Origem – Pioneiro no projeto, João Batista lembra como tudo começou na Praça Bahia Sol, em Ondina, há 13 anos. “Esse ano melhorou 100%. Temos o apoio de profissionais especializados, como assistentes sociais para dar orientação e acompanhamento”. Batista começou com uma barraca independente, foi acolhendo outras pessoas com deficiência que chegavam ao local e viu seu sonho aos poucos se tornar realidade. “E quando a Prefeitura abraçou a causa, só posso dizer que cada dia tem melhorado. Esse ano a Semps ampliou trazendo pessoas com outros tipos de deficiência”, disse.
A vendedora e estudante Deneide Moraes, que participa pela primeira vez na área de vendas no Carnaval comemorou. “Estou gostando, pois além de ganhar um dinheiro extra, dá pra ouvir as músicas e sentir a festa bem de perto. Espero que cresça e que possamos trabalhar em outros eventos”, desejou Moraes, que tem deficiência visual e conheceu a oportunidade pela Associação Baiana para Cultura e Inclusão, instituição visitada pela Semps para divulgar o projeto.
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